A ligação para o próximo espaço é feita por uma escadaria, e fechado por uma porta. O efeito surpresa está sempre presente.
Parece que à medida que vamos subindo se descobrem novos espaços, novas linguagens, novos, cheiros, novas sensações e emoções.
No lado direito uma casa de frescos convida-nos a entrar. A obra, um pouco apagada pelos tempos, ainda nos transmite o seu esplendor e conta-nos as histórias e devaneios de épocas anteriores à nossa. As figuras fantásticas ali representadas, entre elas falcões, garças, perdizes, cisnes, sereias, lebres e raposas, estão todas englobadas num cenário também ele representado espécies vegetais.
Junto a estes frescos, um Jardim, percorrido por canteiros, que outrora continham aromáticas. No centro, uma fonte e umas laranjeiras que enchem todo o espaço de cheios e ambiências, de cor e de frescura.
Subindo mais uma escada e passada mais uma porta, outro espaço é descoberto. O Horto. Também já um pouco degradado, mas ainda apresentando toda a sua geometria.
A proposta para estes espaços, cada um com o seu carácter, assenta na requalificação de todo o espaço, à excepção do pátio de entrada.
Assim, no Jardim são restaurados os canteiros, e colocadas as respectivas plantas aromáticas, como o alecrim, a alfazema, os coentros, a salsa, a hortelã, a Erva-cidreira e a manjerona. Junto aos canteiros são propostos bancos, que como os canteiros percorrem todo o Jardim.
Ao centro foram mantidas propostas apenas duas laranjeiras, permitindo assim a entrada de mais luz para todo o Jardim.
No Horto a geometria é reforçada, criando-se três pequenos corredores que permitem o acesso ao interior da Horta. Foram propostos para este espaço duas árvores de fruto.
Em relação às janelas Manuelinas que se encontram tapadas para a Rua das Casas Pintadas, foi proposto a sua abertura, permitindo assim uma relação visual entre a Rua e o Horto.